terça-feira, janeiro 23, 2007

COMILUDO

Vinte e dois anos de diferença realmente fazem a diferença quando a diferença é completamente diferente de tudo o que já se viu em 40 anos de existência. Esperei Ludovicko (sic) Jeffersson (sic também) dos Santos completar 18 anos para que eu começasse minhas investidas amorosas sem qualquer problema de ordem legal. Comemoramos juntos com refrigerante, coxinha e brigadeiro num desses parques de diversão eletrônica.

Lógico que tive que aprender a jogar Daytona, Mortal Combat, Street Fighter, Super Shot tirar foto no Neo Print e outras coisinhas do gênero. Mas o pior de tudo foi andar em carrinho de bate-bate, que ele chama de Bump Car. Tive ainda que ouvir um pedido inusitado: “Tia Hellen, posso pedir um Toddynho?” Prontamente, respondi que tia boa é tia Romba, mas que ele podia, sim, pedir o que quisesse. Foi divertido.

Conheci esse taludo escultural há seis meses. Ele é neto de Neivinha, que cuida de minhas cutículas há anos. Ludo (apelido que lhe dei assim que o vi) é de Belém de São Francisco e veio para a Capital para prestar vestibular de Matemática. Está no primeiro período, mas já faz uma conta danada... Ludo é o mais perfeito estigma de um homem “gostoso”: quase dois metros de músculos rijos e devidamente divididos, barriga tanquinho, coxas grossas, bunda redonda e carnuda, poucos pêlos, rosto de feições sertanejas e aquele cheiro de quem vive 24 horas querendo.


O fato é que, no último mês, fiz minhas unhas quatro vezes por semana. Afinal, eu precisava testar as combinações de Rebu com Paris, Gabriela com Renda, Terra com Areia, Francesinha com café, e Melissa com verde-amarelo. E o rapaz tem me olhado de uma forma sinistra, desnudando-me. No começo, fiquei com raiva do e tive vergonha. Mas, deixei a frescura pra lá depois que o vi organizar seu membro para que o seu tesão não fosse tão visível. Tarefa vã, visto que é impossível disfarçar 20 centímetros de rigidez hercúlea.

E tem mais: relendo anotações recentes em minha vida, vi que tinha contabilizado 99 homens. Cinco antes da traição do meu marido e outros 94 nessas minhas viagens a trabalho. Pense que viajar dá trabalho! O número 100 tinha que coroar a minha trajetória sexual, que começou tão tardiamente, mas que não vai esmorecer tão cedo. E haja repositor hormonal.

Foi no tal parque que eu propus uma viagem à Buenos Aires. O moço ficou extasiado, doidinho pra explorar meu já tão explorado corpo. Inventamos uma desculpa qualquer para Neivinha e lá estávamos nós, embarcando para mi Buenos Aires querida. Sim, claro que tive que criar desculpas também para meu marido, para Bóris e para Alexandre Magno.

Coisa boa é viajar com homem: eu, acostumada a vôos solo, agora tinha braços fortes para carregar minhas malas. Agora, coisa complicada é viajar com criança: descobri no portão de embarque que o boy era acrófobo, claustrófobo e ainda tinha enjôo. Dei-lhe uma bandinha de Lexotan e dois Dramin para que ele ficasse mais levinho. Em paralelo, comecei a rezar para que não tivesse exagerado na dose e ele ainda conseguisse se erguer em São Paulo.


A PRIMEIRA VEZ

Chegamos a Buenos numa noite quente. O suor deixava o homem ainda mais interessante. Entramos no Hotel e nada de banho. Beijamo-nos e demos início à dança do acasalamento. Foi a primeira frustração. Ainda na fase da ante-pré-preliminares, o rapaz nem sequer havia tirado o jeans e já havia finalizado a sua parte. Fiquei revoltada, mas, fazer o quê? Garotos são sempre garotos. Mandei-o para o banheiro, ensinei-o a lavar a cueca e ele voltou à cama, já em ponto de bala.

Para não perder muito tempo, peguei a bala e a envolvi na segurança do papel celofane da Johnson & Johnson e iniciamos o procedimento em si. Eu já estava ginecologicamente pra lá de hidratada quando Ludo começou os movimentos de vaivém. Humpf! Dois vai e dois vem! Só! O macho se antecipou de novo. E, pior: disse que estava cansado. Quem já viu uma criatura de 18 anos sentir cansaço? Lembrei-me dos remédios que dei a ele e me senti culpada... Não passaram dois minutos e aquele corpo másculo já se entregara a Morpheu, em berço esplêndido. Pensei em Chico (o Buarque) e me consolei em ato solitário. Tem nada não: amanhã vai ser outro dia.

No meio da noite, Ludo acorda com asma. Dei-lhe salbutamol em spray e perguntei qual teria sido a causa da crise. Ele me disse que, provavelmente, o gatilho havia sido a geléia de Blueberry que comemos no avião. “Tenho alergia a qualquer tipo de Berry”, ele disse. Eu quase não acreditei. Como é que um matuto de Belém de São Francisco tem alergia a Berry? Perguntei logo ao que mais ele tinha alergia e ele me disse: “só berry e crustáceos mesmo”. E eu nem sabia que existia crustáceo no sertão. Pra mim, sua alimentação era à base de palma, farinha e carne de bode.

Quase não dormi pensando na alegria matinal. Acordei Ludo às 6h, assim que vi protuberância no lençol. Ele veio com fome e foi quando eu aprendi que quem nunca comeu melado quando come se lambuza. E ele se lambuzou em menos de trinta segundos. Virilidade 100 e experiência ZERO. Entrei em desespero, chorei, tomei dois calmantes e fui me arrumar para o trabalho.

Ele permaneceu no hotel, jogando o Gameboy que eu havia lhe dado de aniversário.


O REMÉDIO

Trabalhei a manhã inteira e depois fui numa loja nada convencional. Eu não ia gastar meu rico dinheirinho com um ser tão precoce. A máquina tinha que funcionar. Com algumas cédulas, comprei um kit anti-ejaculação precoce, que continha pomada anestésica e preservativo com ação retardante. Aproveitei e levei também um kama-sutra em quadrinhos, um livro de iniciação sexual, um mapa especificando o local do clitóris e do ponto G, além de arrebite e redbull.

Cheguei no hotel, a tv estava ligada no Playboy Channel e Ludo naquele jogo de 5X1, Rua da Palma, número 5. Interrompi o ato no ato e disse: garoto, vamos ter umas aulinhas agora. Mostrei tudo e ele ficou boquiaberto quando descobriu que mulher não faz xixi pela vagina. Aula dada, hora de tomar a lição.

Passei-lhe a pomada, passei-lhe a camisinha e ele passou-me algo mais. Volúpia total, lascívia aberta, prazer indescritível. Em duas horas e meia, ele me fez ver estrelinhas brilhantes e flutuantes por cinco vezes. Ao final das cinco é que permiti sua explosão. Que homem!

5 comentários:

Anónimo disse...

Ave Maria Aninha!! Estou sem ar até agora..amei..só vc mesmo!!!!!!

Edméa Ubirajara disse...

Menina, quem é esse Ludo?! Apresenta!kkkkkkk

Tu é f... visse?!


Bjao

Anónimo disse...

Pense...to sem ar!!!!!!!!!!!! AFE!!!!!!!!!!!! Pense!!!!!!!!!!!!
Agora os 95 depois da gaia é triste e viagem a trabalho, peraê!!!!!!!!!

Vanessa Campos disse...

Eu conheço esse mote
:P

Anónimo disse...

Eita diacho.