terça-feira, fevereiro 12, 2008

Você já fez fisioterapia anal?

Os mais próximos sabem que vez por outra vivo enfezada. Esqueça tudo o que você aprendeu sobre etimologia das palavras. Enfezada pra mim é a pessoa que vive abusada por estar cheia de fezes. Isso, ENFEZADA, com raiva do mundo, a barriga protusa, no melhor estilo “daqui-não-saio-daqui-ninguém-me-tira”, as espinhas estourando pra todo lado e aquela sensação de mal-estar infinito.

Eu pra desenfezar, só mesmo fazendo um coquetel de Plan 30, Dulcolax, Almeida Prado, Eparema, Luftal. Tudo isso batido numa vitamina de mamão, ameixa, aveia, azeite e rum montilla. Essa minha ineficiência anal é mesmo um caso sério. Ate os lactobacilos vivos morrem quando vão pra minha barriga.

Eu nunca pari na vida, mas tenho certeza de que o que eu faço no toalete muitas vezes se assemelha a um parto. Não pelo tamanho da criança (quem me dera...), mas pelo esforço em fazê-la nascer, descosturando até a prega-rainha. Quando eu era pequena lá em Caruaru (olha como tudo rima), a rezadeira colocava uma pedra na minha cabeça, pois dizia que ajudava a desentupir. Hoje, nem se eu colocar a Serra das Russas inteira, o de dentro sai... Por que será que eu não consigo fazer como todos os normais, comer e descomer?

Tenho um amigo que não entrou na contagem do meu taxímetro sexual porque tem uma namorada cangaceira, daquelas que falam pouco e observam muito. Mas o caso aqui é a inveja que sinto dele. Frederico (o nome até rima com furico) já depositou sua arte fecal em igrejas, teatros, livrarias e castelos pelo mundo afora. Não pode ver um museu que quer ir lá deixar sua obra também. Com ele, não tem esse negócio de timidez fora de casa. O intestino dele simplesmente se abre para a CUltura, o Louvre que o diga. O trocadilho é infeliz, mas a verdade é que já vi o moço colocar suas tristezas pra fora até mesmo em banheiro de Casa Cor. Sim, daqueles que a descarga é quase de mentira. Pode?


LIGUEI PRO MÉDICO

Resolvi procurar Percival novamente... Não para fins libidinosos, pois figurinhas repetidas não completam álbum, a não ser que eu troque com as amigas. Enfim, Percival é proctologista e no meu 14º dia de ineficiência intestinal eu pedi penico (outro trocadilho lastimável). Telefonei pra ele e disse:
- Perci, nem meu coquetel está dando jeito...

Ele, com aquela cara de paisagem, fez-me uma coleção de perguntas e me disse que eu poderia tentar o biofeedback. Eu conhecia vários usos do termo biofeedback, mas nenhum que se relacionasse à parte redonda e pregueada da minha vida. Eu não quis perguntar o que era, pois sou médica e talvez devesse saber. Fingi que a ligação caiu e fui procurar nos meus alfarrábios. Lá estava a definição:
“Consiste na demonstração objetiva da contração do assoalho pélvico através de transdutores de pressão colocados via retal ou vaginal ou ainda através de eletrodos de superfície para registro eletromiográfico. Estes, por sua vez, são conectados a um computador que elabora imagens gráficas demonstrando a contração do assoalho pélvico.”

Casa de ferreiro, espeto de pau! Santo de casa não faz milagre, mas eu entendi: é uma espécie de ginástica do furico em que eu ia botar um monte de pesos dentro de mim pra aprender a abrir e fechar a portinhola (juro que é). Pode um negócio desses? Era só o que me faltava... Haja esfíncter.

Liguei de novo para Percival e ele:

- Fique tranqüila, vai dar tudo certo. Depois de dois meses com essa fisioterapia anal, a musculatura já está melhor... O problema é que você sabe colocar para dentro, só não sabe expulsar...

O que esse miserável quis dizer com isso? Ele me chamou de afolozada, no mínimo... Tem nada não, bichinho... Vai ter volta.

17 comentários:

Fernando Ramos disse...

Cristina, que bom que atualizou o blog! Vai voltar a postar novamente? Porque eu estava com saudade da Hellen Quirino.

E como sempre, texto muito bom! Acho que também sou igual ao Reginaldo. Não tenho nenhum problema com o número dois.

E todos sabemso que o Percival provou da fruta de Helen, por isso ele afirma com toda a certeza que ela sabe bem pôr pra dentro. Hehehe.

Beijocas, mulher!

Anónimo disse...

Helen querida!
Como alguem consegue escrever sobre o número dois????
Jesus....!!!
Ainda bem que você voltou de férias! Tem mais texto? Adorei!

Anónimo disse...

Helen, tava com saudades, visse!!

Anónimo disse...

Olá, é uma das minhas primeiras visitas ao seu blog e só queria deixar registrado que simplesmente ADOREI seus textos!
E quanto ao número 2... não entendo, realmente, como algumas pessoas tem problemas com ele. Eu sou igual ao tal do Reginaldo: deu vontade, tem banheiro, lá vou eu!
Boa sorte com a tal ginástica

A ruiva disse...

hahahaahahahaahahahaha
só isso que queria dizer!

LEREI TUDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!

xerus...

eu...a ruiva! ;)

Anónimo disse...

LI ABSOLUTAMENTE TUDOOOOOOOO...depois de muitas risadas mesmo estando impossibilitada de faze-las tao bem por causa de duas afitas gemeas univitelinas...sou sua fã! e trouxe mais duas fãs.Duas amigas q tb leram tudo e q amarammmmmmmmmmm Hellen!
hahahahahahaha


xerus da ruiva

Anónimo disse...

Valeime! Meu roscofe é um relógio! Eu diria que ele acorda de manhã com toda o dever de casa intestinal feito, esperando apenas uma posição minha pra definir o carteado. Pra quem não compartilha da mesma sorte que eu, acho que um biofeedback é um bom destino. Lembre que sempre poderia ser pior, não é?

A ruiva disse...

fiz o meu! hahahahaha
xerus

Anónimo disse...

O texto é singular...ninguem saberia escrever algo tão corriqueiro na vida de muitos com tanta clareza e de forma tão enfática capaz de causar cólicas em qualquer um seja ele arroXado (RISOS) ou não... O que importa é que ele comprova que não há tanta veracidade no famoso ditado popular "Tudo que entra sai..." Pode até sair... Mas, que dá trabalho? isso dá... Acho que viajar...De fato o texto desencadeou mais uma questão polêmica que assola o mundo dos mortais...kkkkkkkkkkkkkk bjus!!!

Anónimo disse...

Rapaz, esse troço de biofeedback é meio complicado. A coitada da minha mãe já fez um negócio desse...mas no caso dela...era pq ela liberava demais e não segurava...ai o castigo era....um trocinho lá no dito cujo, que fica dando um choquinho....e a pessoa vai arrochando e relaxando...arrochando e relaxando. Era dia sim, dia não. A coitada da véia sofreu que só...de constrangimento!

Ariadne disse...

Hellen, querida, bem vinda de volta! Já estávamos todos com saudades!!! Beijo grande. Ari (amiga de Van)

Unknown disse...

É disso que a gente precisa: Pessoas que exponham os seus desesperos particulares, muitas vezes não tão particulares assim, para que possamos achar soluções aproveitáveis, além de dar umas risadas.

A ruiva disse...

perdeu de v a finalizacao dos meus cabelos!=)
sexta tô lá dnovo...aparece p a gente fofocar!kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
xerus

Thais G. disse...

Perfeito Cristina!
Tu é foda mesmo!!!!

Fernando Ramos disse...

Aninha, e cadê post novo? Tem não?

Unknown disse...

Helen o que acabei de ler é a maneira mais humorada de falar sobre uma coisa, diria de um grande tabu
parabéns e vou utilizar deste para meus futuros pacientes obrigado.

Unknown disse...

Helen o que acabei de ler é a maneira mais humorada de falar sobre uma coisa, diria de um grande tabu
parabéns e vou utilizar deste para meus futuros pacientes obrigado.