Nasci em Brejo Santo, no intra-intra-endo-interior do Ceará (vulgo nas brenha), no dia 28 de julho de 1974, numa madrugada em que o médico FDP estava na Expo-Crato e uma parteira teve que fazer o serviço. Pronto, mais um cabeção chegava ao mundo. Rodei algumas cidades (sou filha de cigano) para chegar aqui. Família grande que, com a maldade do destino, foi se apequenando. Fui crescendo com muita hipermetropia, astigmatismo, usando óculos desde os dois anos de idade, estrábica e de pernas tortas: o cão. Minha mãe costumava dizer que tinha uma filha “bem-feita” e outra inteligente (eu). Tenho um trauma grande: nunca fui rainha do milho, apesar dos esforços incansáveis de mainha dizendo que a filha dela era linda (juro como eu vou botar a foto aqui qualquer dia desses – eu era um filhote de coruja down) Mas ela também costumava dizer que eu era forte, muito forte. Cresci com isso. Meus irmãos (inclusive os mais velhos) sempre me acordavam de madrugada para que eu os levasse para beber água. Quem tirava o copo do liquidificador? Colocava o filtro (de barro) no lugar? Arrastava móveis? A mulher forte aqui. Não é por acaso que trabalho num lugar que batizei de BRAVA.
Morei em Olinda, estudei no Imaculado (pleonasmo), me chamavam de quatro-ôio e de Silva (aquele personagem de Chico Anísio que usava fundo-de-garrafa) toquei em banda marcial (prato, cornetão e trombonito) , joguei handball, fiz Jornalismo, estagiei que só a peste, me formei no dia do meu aniversário, andei de Toyota pra Belo Jardim pra fazer um jornal lá, engravidei, casei, separei, me apaixonei por um viado, me lasquei, me apaixonei de novo, ele era casado, me lasquei, passei a beber gin, me tremi, me lasquei, me apaixonei por um romano lindo, fui pra Europa e a paixão acabou, voltei, abri empresa, adorei, me apaixonei perdidamente, engravidei, casei, comprei meu apê, tomei chifre, bebi meia garrafa de uísque, vomitei, me lasquei, separei. Fui pra Caruaru (sem rima) e me “arrumei” (entenda como quiser, as aspas são pra deixar dúvida mesmo). De tudo, sobraram dois filhos e a empresa, além da paixão por gin e a repulsa por uísque.
Não tenho cabelos brancos (pinto e/ou arranco) e aprendi que dá pra ser brava sem perder a ternura. Consegui ser feliz. Agora eu quero ser mais leve ao lado de tanta gente que amo.
PS 1 – Aprendi a controlar o estrabismo e meus óculos são superleves, não mais fundo-de-garrafa;
PS 2 – Meu liquidificador não é de rosca, é só desacoplar;
PS 3 – Não coloco garrafão de água mineral de jeito nenhum;
PS 4 – Não ando nas Toyotas, ando de Idea;
PS 5 – Já sei beber gin sem tremer;
PS 6 - Sou a mulher que todo homem queria como ex, pois pra mim tá tudo beleza;
PS 5 – Quanto às pernas tortas, essas num tiveram jeito. Vivo caindo por causa delas.
quarta-feira, julho 26, 2006
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11 comentários:
Afe como eu te amo!
:*
Você não tem igual. É única!!!!
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É, acho que tu aprendeu mais coisa visse? Pelo menos falta aí algumas que tu me ensinou e se ensinou é porque aprendeu.
São elas:
1 | Ficar bêba nas primeiras 4 doses;
2 | Botar perfume em todos os cm2 do corpo;
3 | Como conversar "de tudo" na recepção de clientes;
4 | Técnicas modernas de curtir o dia 25.12 (foi boa essa né? kkk);
5 | Como ter acesso aos palcos nos melhores dias de festa;
6 | Arrumação e arquitetura moderna de escritórios no quesito: como se encontrar no caos =)
Tá bom, pode dar em mim =)
Mas além disso aí, acho que você ensina todos os dias a coisa de ser BRAVA mesmo, é aquilo que acontece entre um baque e outro baque, quando a gente vê que pode passar por isso e por tudo, molhando os pés e achando graça e grossa, mas vivendo ... bravamente. =)
Beijo pra Aninha Lima =)
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Pelamordedeus, adorei o texto e tu!
:)
Ai, meu Deus, Ana Cristina!!! Quando uma lágrima solitária começou a brotar dos meus olhos por causa da sua história, você me vem com essa história de andar de Idea! Ninguém merece! E eu, que achava estar arrasando porque finalmente consegui comprar um Corsinha usado! Precisava humilhar?
Brincadeirinha... Você sabe que mora no meu coração, não é? A cada linha só imaginava as cenas da sua vida e como tudo que você tem hoje veio do seu esforço (até o Idea...) Bjs, bjs, bjs.
"Sou caipira, pira pora nossa, Senhora de Aparecida". Acho elegante, a coisa de se andar de Toyota...Melhor, acho BRAVA!!
beijoss querida adorei deveras o blog!!!
Aninha, admiro muito você!!! Adorei o texto, sua história é de gente BRAVA da peste mermo! Ei, eu ainda sou da época do seu Corsinha verde...Sucesso, amiga, você merece "miles" de Idea. Sempre será a minha "chefona" preferida...afinal ganhei uma amiga. beijão!
Oi, Aninha
muito interessante a sua historia de vida... só assim eu pude conhece-la mais um pouco... beijos,
Rachel Motta.
Afe fiquei mais fã ainda, quando crescer quero ser igual a túe, tirando a parte do Ceará, claro! Rsss... Amei o texto, tu é fera mermo aff!
Ana BRAVA...agente se conhece pouco, convive pouco (gostaria que fosse mais), mas eu tenho um enorme respeito por você, pelo seu talento, pela sua alegria, pela sua sabedoria, com a qual eu aprendi uma porrada de coisa - inclusive que sou uma leza mesmo! - e pela sua enoooooooorme capacidade de rir e fazer rir. Além de tudo, a Ana BRAVA tem esse coração - ESPAÇOSO e VALENTE - que só enche agente de alegria e emoção - com e sem gin! Beijo Coruja Donw!
pqp, coruja donw?! essa foi fooooda!!!
bem, essa Aninha é foooooda mesmo! não tem nada nesse mundo que ela não aprenda, faça ou ensine! se ela quiser, é claro! hehehehe sou muito fã dessa Brava mulher e quero muito ser como ela quando crescer... o problema é que eu quero ser Ivany tb! e agora?! acho que vou sofrer de múltiplas personalidades.
:*
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